segunda-feira, 10 de novembro de 2008

A nova mídia nas eleições

Lí e gostei:


A internet potencializa as conversas sobre política e facilita a formação de um consenso, e essa é uma tendência irreversível. É o que diz o nova-iorquino Andrew Rasiej, que criou o site TechPresident para “cobrir como os candidatos à presidência estão usando a web e como o conteúdo gerado pelo eleitor afeta a campanha”.


A entrevista é de Camila Viegas-Lee e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 03-11-2008. Eis a entrevista.


Em 2004, você dirigiu o Conselho para Tecnologia de Howard Dean (pré-candidato democrata), a primeira campanha que usou o potencial da web. Como foi?
Ele era um desconhecido governador de Vermont que deixou um grupo de garotos de 25 anos em seu escritório enquanto levantava fundos. Na época ele era o único democrata que afirmava publicamente que o presidente George W. Bush (depois reeleito) estava errado. Então cidadãos frustrados com Bush ligavam para o escritório de Dean e pediam autorização para criar blogs de apoio. E os garotos diziam “claro!”. Assim surgiram sites como Lésbicas para Howard Dean, Donos de Harley Davidson’s para Howard Dean, Vegetarianos para Howard Dean, etc. Formou-se uma comunidade vibrante de bloggers. Meses depois, Howard foi a Nova York e seu assessor Joe Trippi recebeu uma ligação dizendo que um grupo de amigos queria encontrá-lo.Trippi respondeu que não havia agenda até saber que eram 300 amigos. “300? Vamos mudar nossa programação.” No grupo, havia um jornalista do “NYT” que escreveu sobre como a reunião só tinha sido possível por causa de uma plataforma online chamada Meetup. E assim nasceu o candidato da internet.

Mas ele não foi escolhido candidato do Partido Democrata...
Howard teve dificuldades em delegar. Estava acostumado com “eu sou o candidato e vocês devem me apoiar” e não com “vocês têm o poder”. Mas arrecadou US$ 22 milhões online e hoje é presidente do Partido Democrata.

Qual é a diferença com a campanha deste ano?
Hoje 60% dos americanos têm acesso à banda larga, o dobro de 2004, e 50% dizem procurar informação política na rede. As ferramentas para a organização de grupos estão muito mais poderosas. Se eu indicar um restaurante, você ficará mais inclinada a experimentá-lo do que se lesse no jornal. A opinião política também é formada por pessoas conversando ao redor da mesa, no bebedor, na fila do supermercado, na arquibancada do jogo. É lá que elas mostram seus preconceitos e medos, suas aspirações e, aos poucos, um consenso político se forma. Meu pai tem 82 anos e tem pouca familiaridade com emails, mas já mandou vídeos do Obama a 50 amigos. Teria levado um ano para comunicar sua escolha política aos mesmos 50 amigos. E não teria pego o telefone porque se sentiria muito intrometido. Com o YouTube, tornou-se um panfletário do século 21. A ecologia da mídia política mudou.

Como as ferramentas online ajudaram Obama?
Ele sabe que seus eleitores distribuirão os vídeos para ele e, com isso, ultrapassou as estruturas tradicionais de poder da mídia política. Vivemos em uma economia de escassez, com espaço limitado no jornal e na televisão. Na internet, Obama pode postar explicações detalhadas de suas posições. Seus discursos foram assistidos 8 milhões de vezes no YouTube. Isso além dos comerciais de dois minutos e o infomercial de meia hora a uma semana das eleições. Ele percebeu que os americanos estão famintos por conteúdo e essas diferentes plataformas estão permitindo que ele fale sem parar.

E como está a campanha de McCain na internet?
Ele também está arrecadando fundos e montando uma lista enorme de emails. Seus eleitores também postam vídeos. Há um particularmente impressionante, já visto 15 milhões de vezes, em que um jovem veterano do Iraque diz diretamente para a câmera que Obama não compreende o que é patriotismo. Ao virar as costas para sair, percebe-se que ele tem uma perna biônica. Mas McCain começou tarde, quando Obama já fazia campanha online havia 18 meses. Não separou dinheiro para investir na web, não se cercou de pessoas que acreditavam no meio, não foi capaz de construir uma comunidade online robusta.

Obama anunciou que Joe Biden seria seu vice por mensagem de texto.
Ele também usa twitter. Isso permitiu que ele colecionasse 3 milhões de números de celulares e direcionasse os eleitores para o site. Assim ele obtém ainda mais dados sobre eles e, depois, poderá usá-los para incentivar as pessoas a votar. O cálice sagrado da internet é converter o entusiasmo online em ação offline.

Você tem dito que, independentemente de quem vença, a política nunca mais vai ser a mesma. Por quê?
Se o Obama vencer, poderemos afirmar que foi por causa da internet. Algumas pessoas vão dizer que foi porque a economia está mal, porque ele é carismático ou por outras razões. Há vários fatores, mas, se hoje não se vence só por causa da internet, é certo que não dá para vencer sem ela. Fonte:Fórum Nacional de Democratização da Comunicação.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Marcas - O poder corporativo

A American Marketing Association (AMA) define marca como “um nome, termo, sinal, símbolo ou design, ou uma combinação de tudo isso, destinado a identificar os produtos ou serviços de um fornecedor ou grupo de fornecedores para diferenciá-los dos de outros concorrentes.

Para Naomi Klein marca não é publicidade, e sim o fim da publicidade. O desejo de marcar-se para fazer parte de uma comunidade ou de algo maior é comum e utilizado há muito tempo tanto por religiões, partidos políticos, etc...

A marca tem a função de reafirmar aos consumidores que em um cenário onde existem diversos produtos com a mesma função, o seu possui a melhor qualidade e muitos valores agregados.
As corporações que vendem marcas vendem idéias e não produtos, ocasionando transformação na cultura de consumo da sociedade.

Da mesma forma que as marcas buscam significados, buscam novos espaços, fator que gerou o abandono da esfera pública. Assim sendo, os espaços públicos (escola, teatros...) tornaram-se grandes cenários para as marcas. Quanto mais a marca se estende para outras áreas mais bem sucedida ela se torna.

Algumas empresas construíram um tipo de “casulo de marca”, suficiente e completo para alguém passar a vida lá dentro. Um grande exemplo é a Disney, que entendeu que seus filmes eram anúncios de seus brinquedos e divulgavam seus parques temáticos. A Disney conseguiu além de construir seu casulo, construir um estilo de vida em 3 dimensões, suficientemente completo para que o consumidor de mudasse para ela.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Aleluia o neném faz xixí azulzinho!



Durante 18 anos (1982-2000), Olivieri Toscani foi diretor de comunicação da Benetton. E, embora seja comum atribuir a ele todas as fotos usadas neste período, em alguns casos, um trabalho de outro fotógrafo que traduzisse a idéia desejada e o padrão da marca, poderia ser usada. Através de um acentuado contraste entre modelos de diversas etnias e situações ambíguas, a Benetton mostrou a todos, de maneira sutil, uma das principais características de seus produtos: a combinação de cores fortes. Além disso, pode-se perceber que as imagens polêmicas tiveram uma grande repercussão na imprensa, gerando ainda mais publicidade e destaque para a marca.


Tosca publicidade de Toscani sempre fugiu às fórmulas usuais da propaganda. Em seu livro "A publicidade é um cadáver que nos sorri", ele afirma que "o universo idílico e estúpido da publicidade infantiliza as pessoas há mais de 30 anos". Sem o ar pedante que habitualmente acompanha este tipo de campanha, sem aquela lição de moral pobre que muitas vezes são embutidas em campanhas em que temas polêmicos são abordados, Toscani falou sobre doenças físicas e mentais, guerras, poluição, sexo, religião, política e tantos outros temas impactantes. A Benetton se acostumou a enfrentar polêmicas ao produzir campanhas publicitárias com fotos de um aidético à beira da morte, de uma cadeira elétrica e de cavalos acasalando, mas em 1998, sua campanha com fotos de sentenciados de corredores da morte nos EUA, gerou processos milionários contra a empresa e causou a demissão de Toscani.


No cápitulo " Aleluia! O Neném faz xixí azulzinho" de seu livro, Toscani narra a utópica visão da publicidade como um universo fantasioso onde tudo é perfeito de forma à seduzir os consumidores.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

CIDADÃO KANE


SINOPSE

Cidadão Kane é supostamente baseado na vida do magnata do jornalismo William Randolph Hearst (publicamente, Welles negava), e conta a história de Charles Foster Kane, um menino pobre que acaba se tornando um dos homens mais ricos do mundo. O filme inicia com a sua morte, quando se pronuncia a palavra Rosebud, que acaba levando um jornalista a investigar a vida de Kane para descobrir o sentido da palavra. Entrevistando pessoas do passado de Kane, o jornalista mergulha na vida de um homem solitário, que desde a infância é obrigado a seguir a vontade alheia. Todos a seu redor não se importam com Kane, que busca por meio da aquisição de bens e pessoas encontrar a infância perdida.


segunda-feira, 13 de outubro de 2008

LEMON TREE


Hoje deixo aqui a dica de um filme, Lemon Tree, que deixa claro o poder que a mídia exerce sobre importantes questões e a influência dela para a conclusão desses fatos.

Sinópse: Salma, uma viúva Palestina, vê sua plantação ser ameaçada quando seu novo vizinho, o Ministro de Defesa de Israel, se muda para a casa ao lado. A Força de Segurança Israelense logo declara que os limoeiros de Salma colocam em risco a segurança do ministro, e por isso precisam ser derrubados. Salma leva o caso à Suprema Corte de Israel para tentar salvar a plantação e o caso chega à mídia. Sua determinação e a infuência da mídia fazem brotar o interesse da sociedade israelense pelo caso e o apoio de sua vizinha, esposa do ministro de defesa, Mira Navon.

Saiba mais:

- Prêmio de melhor filme segundo o júri popular no Festival de Berlim (2008);

- Longa abriu o 12º Festival de Cinema Judaico em São Paulo.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Velocidade X Veracidade



Uma das notáveis interfaces da comunicação atual trata da questão da velocidade e veracidade da notícia por meio da nova mídia, a web.
A sociedade demanda cada vez mais notícias em um menor espaço de tempo, fator que obriga os veículos de comunicação a se adaptarem à esse formato.
A necessidade dos veículos em conseguir o furo de reportagem, a transposição da mensagem, a surpresa na revelação dos fatos e o exagero no teor sensacionalista, diminuem a confiabilidade das informações.
Quando essa idéia se perde, logo assumimos o papel de emissor adaptando a mensagem original. Isso feito, cada um assume as suas verdades e se distancia dos fatos verídicos.
Com a internet, a idéia de culpado desaparece e surge a idéia de cúmplices do processo de transmissão.
Alguns cases podem explicam muito bem o que ocorre no cenário atual, como por exemplo, o fato ocorrido no início deste ano, quando os sites de notícias divulgaram em suas páginas a informação de que um avião havia caído em Moema, sendo que na realidade tratava-se de um incêndio em uma fábrica de colchões.
A notícia causou grande alarde na cidade, tudo pelo anseio de vender notícias a qualquer custo ignorando a profundidade da informação.
Outro exemplo desse paradigma é o case do ataque ao World Trade Center nos USA, a internet pela sua velocidade foi a primeira mídia a informa a sociedade do que estava acontecendo em tempo real, permitindo atualizados instantâneas.
Sendo assim, a velocidade e a veracidade se fundem e são essenciais e inevitáveis na comunicação dos dias de hoje.

sábado, 27 de setembro de 2008

Quem foi Orson Welles?




Nascido em Kenosha no estado de Wisconsin dos Estados Unidos, George Orson Welles teve seu primeiro contato com a arte após a morte de seu pai, aos quinze ano, quando passou a estudar pintura em 1931.


Já na adolescência, Welles se apaixonou pela arte de atuar e aos vinte e dois anos criou sua própria companhia de teatro.


Foi no rádio que sua carreira artística alcançou repercussão mundial. Welles produziu a transmissão radiofônica " A Guerra dos Mundos", adaptação que ficou famosa por provocar pânico aos ouvintes ao simular uma invasão de extraterrestres na Terra.


Após esse grande sucesso, Welles partiu para o cinema, e foi diretor, produtor, co-roteirista e protagosnista da obra cinematográfica "Cidadão Kane", considerado um dos melhores filmes de todos os tempos e o mais importante de sua carreira.